Surto de norovírus impacta o turismo na Baixada Santista | Boqnews
Foto: Carlos Nogueira/Prefeitura de Santos

Litoral

17 DE JANEIRO DE 2025

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Surto de norovírus impacta o turismo na Baixada Santista

Entidades do setor de turismo defendem a adoção de medidas preventivas para evitar episódios dessa natureza

Por: Da Redação

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Com a chegada das férias e temporada de verão, obviamente é sinônimo de praia cheia e uma grande movimentação dos turistas nas cidades e pontos turísticos da Baixada Santista.

Porém, as primeiras semanas de janeiro já foram agitadas, por conta do norovírus detectado nas cidades de Guarujá e Praia Grande, em especial, trazendo um alerta para toda a região.

Como reflexo, os impactos no setor hoteleiro e comércio foram sentidos, especialmente nos primeiros dias de 2025.

 

Bureau Santos

De acordo com a presidente do Visite Santos – Santos Convention & Visitors Bureau, Vanessa Lombardi, em contato com os associados (especialmente do setor hoteleiro), houve uma diminuição na procura ou até mesmo cancelamentos de reservas. Conforme ela, o fenômeno foi registrado em alguns setores do destino.

No entanto, ressalta, é importante lembrar que a cidade de Santos tem apresentado um número reduzido de casos de norovírus. “Além disso, ressaltamos que a cidade possui uma infraestrutura de saúde eficiente, pronta para atender qualquer visitante que possa ser afetado. Todos os segmentos estão preparados para garantir a segurança de turistas e moradores e os devidos cuidados. Com essas condições, estamos confiantes de que, muito em breve, a mídia noticiará que o destino Santos está preparado e estruturado para receber os turistas de forma segura, desde que sigam as orientações de saúde determinadas pelas autoridades sanitárias.”

 

Situação em Santos

De acordo com o secretário de Turismo, Comércio e Empreendedorismo de Santos, Thiago Papa, na Cidade o efeito do vírus foi sentido na primeira semana de 2025, especialmente entre os dias 4 e 5 de janeiro. “Comparado com o ano passado, tivemos uma queda de 14% na rede hoteleira, mas isso eu não coloco só na conta da questão do vírus”, explica.

“Nós sabemos que a rede hoteleira hoje hospeda grande parte dos turistas, mas hoje temos várias locações particulares e isso está cada vez tomando maior proporção e sabemos que isso atende principalmente regiões mais turísticas, como a Baixada Santista. Muitas pessoas compram apartamento para alocar na temporada”, explicou durante participação no Jornal Enfoque.

Ele acredita não ter sentido tanto essa diferença por conta apenas do vírus. “Eu tenho falado com o secretário de Saúde, Fábio Lopez, que tem feito um grande trabalho nessa crise também que a Baixada está vivendo, mas ele sempre me tranquilizou dizendo que em Santos estamos bem preparados. Não sentimos os efeitos nas redes de saúde como em outras cidades. Estamos preparados, estruturados, está tudo sobre controle. O turista pode vir a qualquer momento para Santos. Não temos problema, nem de atendimento, muito menos de estrutura na Cidade”.

O secretário acrescenta que há uma previsão nesse ano de 3 milhões de pessoas passarem pelo município, número “muito significativo”, seja como turistas como profissionais de várias áreas para participação de eventos (turismo de negócios).

Ele tem conversado com comerciantes do Centro, que o revelaram terem sentido um efeito positivo, principalmente na região do Valongo, próximo ao Museu Pelé, Museu do Café e estação do bonde.

 

Fhoresp

De acordo com o diretor-executivo da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), Edson Pinto, a Fhoresp tem tido diálogo permanente com o Governo do Estado de São Paulo, por intermédio do secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD).

Aliás, na segunda-feira (20), está marcada uma audiência do prefeito de Guarujá, Farid Said (Podemos) com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhores) da Baixada Santista e Vale do Ribeira, para tratar das medidas adotadas pelo Executivo em relação à qualidade da água encanada, da balneabilidade (água do mar) e, também, quanto à Segurança Pública.

A Fhoresp vê como positiva a ação emergencial do Estado junto à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para identificar problemas na rede de água e de esgoto.

Para a federação, com a privatização, será possível iniciar um processo de melhoria estrutural em toda a rede, a fim que, nas próximas temporadas de verão – quando o número de habitantes das cidades litorâneas cresce exponencialmente – não haja episódios como o ocorrido neste começo de 2025.

Em relação à Segurança Pública, embora ainda seja preciso avançar, a Fhoresp reconhece que houve queda nos índices de criminalidade na Baixada Santista. Dessa forma, desencadeada por um reforço no policiamento e ações estratégicas do governo.

“Quanto a cancelamento de hospedagens em pousadas, hotéis e imóveis de veraneio, registrados nas últimas semanas, os números desta quinta-feira (16), mostram que o litoral de São Paulo – melhor destino de temporada do Brasil pelo conjunto da estrutura de hospitalidade, belezas naturais e outros atrativos – já retomou o ritmo normal”.

Segundo a Fhoresp, não há mais taxa de cancelamentos. Os solicitados foram reagendados em comum acordo entre o setor de hotelaria e seus clientes.

 

Abrasel

A recente onda de viroses impactou o fluxo de clientes nos restaurantes da região. O líder de relacionamento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) Baixada Santista, Luan Paiva, informa que norovírus afastou o turista da região. Ou seja, nas duas últimas semanas,  bares e restaurantes já mostraram que o movimento caiu, devido aos turistas que não estão mais na Baixada Santista.

“Então nós fomos totalmente afetados por conta dos turistas não estarem aqui. Muitos bares e restaurantes se prepararam para a temporada para receber o turista. Contratou garçom e estocou mais. Esperava que fosse um janeiro bem aquecido, como estava sendo dezembro e acabamos, infelizmente, não sendo atendidos com essa demanda.”

 

Medidas preventivas

Paiva acrescenta que todo restaurante já adota medidas preventivas não só nesta época, mas o ano inteiro. São medidas sanitárias, como manipulação de alimentos e higienização.

“Fala-se muito da comida na praia, mas todo mundo que trabalha com comida, lida com um sério padrão de qualidade e já se prepara. A Abrasel está trabalhando para continuar mantendo essa prevenção nos bares e restaurantes. A culpa da virose não é dos bares e restaurantes por conta da manipulação de alimentos”, enfatiza.

 

Economia

O profissional também aborda que muitos restaurantes já tinham se adaptado para receber essa temporada de turistas. Dessa forma,  bares e restaurantes aumentaram o time de funcionários e fizeram contratações em junho e julho para treinar a equipe. “E quando chegou agora, que era uma época que a gente esperava que bombasse, não está acontecendo isso, então o que a gente teme no setor? Demissões! Claro  que os bares que trabalham com freelancers e temporários não estão contratando essas pessoas, porque não há necessidade e outros que contrataram já pensam em demissões.”

 

Sinhores

De acordo com o presidente do Sinhores, Arthur Veloso, a primeira semana do ano trouxe prejuízo para o setor, com um número de cancelamentos acima do normal. Essa semana, principalmente após a identificação do vírus e a queda do número de internações, houve uma melhora no cenário e, também, a retomada das reservas. A expectativa e informação que a entidade recebeu das autoridades é a superação totalmente desse quadro o quanto antes.

Além disso, se o setor de hotéis e restaurantes recebeu algum tipo de apoio governamental ou incentivo para enfrentar as dificuldades causadas pela propagação da virose, Veloso aborda que o setor tem cobrado as autoridades competentes para identificar as causas o mais rápido possível e trazer soluções para superar isso o quanto antes.

Já em relação às medidas implementadas pelos estabelecimentos para garantir a segurança dos clientes e funcionários, o presidente garante que o setor já segue normas rigorosas da Vigilância Sanitária.

“Todos os estabelecimentos devem fazer cursos de higienização e manipulação de alimentos para conseguir alvará de funcionamento. Em termos de segurança alimentar, temos total segurança e tranquilidade para afirmar que bares, hotéis e restaurantes seguem normas que não permitem qualquer descuido. Por isso que cobramos tanto uma investigação séria e transparente das autoridades, principalmente nas questões envolvendo saneamento básico, impactando na balneabilidade das praias do litoral.”

O presidente menciona que o surto de virose na região resultou em 19% de cancelamentos em hotéis, nas primeiras semanas de janeiro. Contudo, nenhum restaurante foi fechado. O sindicato não consegue mensurar as perdas financeiras.

 

Secretaria de Saúde

Com relação à quais medidas a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) têm feito para minimizar os casos de virose, a secretaria informa que realizou reuniões técnicas, incluindo os secretários municipais de saúde e representantes das vigilâncias epidemiológicas, dos nove municípios da Baixada Santista, para abordar as medidas a serem adotadas nos casos de gastroenterocolite aguda.

A pasta aborda ainda, por meio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), que as amostras de água potável coletadas nos municípios de Guarujá e Praia Grande não contêm a presença do norovírus. Assim como, não possuem alteração ou presença de outros vírus. O norovírus foi identificado em amostras de fezes humanas coletadas no Guarujá e em Praia Grande, na última semana.

 

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