No último mês de setembro, a paróquia do Embaré completou 150 anos e teve como seu primeiro capelão, antes mesmo de ser igreja, o padre Gastão de Moraes.
Assim, sua história se confunde com a da atual basílica e com o início do povoamento da orla santista.
QUEM FOI GASTÃO DE MORAES?
Gastão de Morais nasceu em Santos, em 1883, filho de José Francisco de Morais e Emília Corvêlo de Morais.
Estudou no Seminário de São Paulo e recebeu a ordenação em Pouso Alegre (MG), em dezembro de 1905.
Portanto, logo após ser ordenado, foi nomeado coadjutor da paróquia de São Caetano da Vargem Grande (atual Brazópolis-MG).
LITORAL
No começo do século XX, veio para o litoral paulista, foi capelão no Guarujá e, posteriormente, assumiu o paroquiato de São Sebastião, em Vila Bela (atual Ilhabela) e Caraguatatuba.
Assim, como vigário em São Sebastião, destacou-se pela construção da capela, do cemitério e pela reforma da igreja de Caraguatatuba.
No entanto, depois de um ano, foi transferido para Santa Rosa do Viterbo (SP), onde permaneceu por 17 meses.
Lá, foi responsável pela conclusão da imponente igreja matriz, obra que lhe valeu honrosas felicitações enviadas pelo bispo de Ribeirão Preto.
SANTOS
Retornou ao litoral, na cidade de Santos, sendo professor no Instituto Dona Escolástica Rosa, na Academia do Comércio e na Escola de Aprendizes de Marinheiros, além de lecionar em residências particulares de famílias santistas.
Em 1906, celebrou sua primeira missa no Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Também fundou em Guarujá o Instituto Santa Emília, em memória de sua mãe, destinado a acolher pessoas com transtornos mentais. Tornou-se figura popular em Bertioga pelo auxílio que prestava aos pobres e enfermos.
Exerceu também o cargo de capelão da Beneficência Portuguesa, função que desempenhava gratuitamente.
PADRE GASTÃO PARA REFORMA
Em 1907 a Mitra Diocesana assume a Capela do Embaré e designa o padre Gastão como seu primeiro Capelão.
Assim, realizou as reformas necessárias na estrutura do edifício abandonado há alguns anos.
O vigário percebe que com o grande crescimento da população santista na região da orla é necessário uma ampliação do templo e decide construir uma Igreja no lugar da Capela.
Em 1915 a nova paróquia do Embaré é inaugurada com projeto arquitetônico assinado por Maximilian Emil Hehl, o mesmo arquiteto da Catedral da Sé, em São Paulo.
O pároco se mantém comandando a comunidade religiosa até 1922.
Entretanto, a partir dessa data, por divergência com a Mitra Diocesana, a administração do que viria ser a atual Basílica, com os Frades Capuchinhos, se mantem até os dias de hoje.
RIO DE JANEIRO
Dessa forma, em 1927, foi transferido para o Rio de Janeiro.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, participou dos movimentos em São Paulo, o que resultou em sua remoção para Pernambuco e, posteriormente, para Angra dos Reis (RJ).
Assim, lecionou na Escola de Angra e foi catedrático da Escola Naval do Rio de Janeiro. Serviu à Marinha de Guerra por 25 anos, reformando-se no posto de capitão-tenente.
Gastão de Morais faleceu no Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 1951.
A RUA
A única via da Baixada Santista com este nome, fica localizada no bairro do Estuário, com cerca 360m, a Rua Padre Gastão de Morais — também grafada como Rua Padre Gastão de Moraes —, foi criada em 6 de dezembro de 1955, pela Lei 1.777, substituindo a Rua 492 e sancionada pelo prefeito Antônio Feliciano.
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