O português foi responsável pela construção dos primeiros hotéis da cidade.
Feriado prolongado, réveillon, temporada de verão, fim de semana de sol, tudo isso é sinônimo de praia cheia e hotéis lotados em Santos.
No entanto, tudo isso só é possível graças a Manoel Dias Marcelino, um português radicado em terras santistas.
QUEM MANOEL DIAS MARCELINO
Manoel Dias Marcelino nasceu em 1º de dezembro de 1879, em um pequeno povoado do distrito de Coimbra, Portugal.
Assim, em 1900 imigrou para o Brasil, estabelecendo-se em Santos, onde formou família com Maria Júlia, com quem teve nove filhos.
Inicialmente, trabalhou em uma loja de ferragens e em um armazém de secos e molhados.
Por volta de 1910, adquiriu um terreno na praia do Gonzaga e montou um botequim.
Dessa forma, o estabelecimento se transformou em restaurante e, por fim, tornou-se no Hotel Belvedere.
Atualmente, o local é ocupado por um edifício de mesmo nome, entre os hoteis Atlântico e Avenida Palace).]
Com isso, marcou o início de sua trajetória no ramo hoteleiro.
Visionário e empreendedor, Marcelino foi um dos primeiros a investir no setor hoteleiro de Santos, em uma época em que ninguém acreditava no turismo na cidade.
Portanto, com apoio de amigos construiu o Hotel Avenida Palace, que se consolidou como uma das principais referências da hotelaria santista.
Além de empresário, ele teve forte atuação social, colaborando com diversas instituições assistenciais e sendo um dos fundadores do Sindicato da Indústria de Hotéis de Santos.
Faleceu em Santos, em 1960, seu legado permanece como parte importante da história do turismo e do desenvolvimento urbano de Santos.
HOTEL AVENIDA PALACE
Inaugurado em 1920 (é possível encontrar registros datando sua inauguração em 1931, mas em seu fechamento consideraram a data do inicio da construção e início de alguns serviços), o Hotel Avenida Palace, um ícone de luxo e imponência na Praia do Gonzaga, em Santos.
Erguido durante o auge da economia cafeeira na década de 1920, o hotel fazia parte de um movimento de construção de empreendimentos de alto padrão na orla santista.
Assim, ao longo de sua história, passou por algumas transformações, como a demolição de seu muro frontal nos anos 1940.
Contudo, manteve suas atividades como hotel, oferecendo também serviços de restaurante e casa noturna.
Por essa razão, o hotel se tornou um destino de prestígio para a elite brasileira, atraindo políticos, artistas e empresários proeminentes.
Com isso, personalidades como o ex-presidente Jânio Quadros, o ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros e o cantor Cauby Peixoto frequentaram suas instalações.
Na época, o local era conhecido por sediar bailes e festas, consolidando-se como um ponto de encontro da alta sociedade.
No entanto, com o passar dos anos e o surgimento de novos empreendimentos e a modernização de outros hotéis em Santos, o Avenida Palace começou a perder seu brilho.
Nas últimas décadas, o hotel caiu em ostracismo, o que resultou em seu fechamento em fevereiro de 2018 e abandono.
O terreno e a construção do hotel foi adquirido pelo Grupo Mendes que pretende construir um novo hotel no local, mantendo apenas sua fachada
Entretanto, apesar de ter encerrado suas operações o Hotel Avenida Palace ainda figura em sites de hospedagem como o TripAdvisor, embora não seja mais possível realizar reservas.
Sua presença online serve como um lembrete de sua antiga glória e do impacto que teve na história de Santos.
TOMBAMENTO
Em 2008, o Hotel Avenida Palace foi tombado parcialmente pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa).
Isso se deu devido sua significativa importância histórica e arquitetônica para a cidade.
Essa medida visa preservar elementos essenciais do edifício, como sua fachada principal, o telhado frontal e a fachada lateral.
Assim, o tombamento parcial permite que outras áreas do hotel, não abrangidas pela proteção, passem por modificações.
Essa flexibilidade abre a possibilidade de verticalização nos espaços remanescentes, uma vez que o hotel está localizado em um bairro nobre de Santos.
A RUA
Localizada no bairro da Encruzilhada, com cerca de 250m, a via foi proposta pelo vereador Aristóteles Ferreira pela lei 2475/1961.
Na ocosião, foi sancionada pelo prefeito José Gomes, substituindo a rua projetada 610, sendo a única da Baixada Santista.
