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Vias de Santos

15 DE SETEMBRO DE 2025

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As vias da Independência – Praça dos Andradas

Logradouro localizado no Centro Histórico de Santos homenageia os irmãos Andrada devido a importância destes santistas para o Brasil

Por: Ronaldo Tarallo Jr.
Da Redação

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Também chamada de “Praça da Rodoviária” ou “Praça da Cadeia Velha”, a Praça dos Andradas é a história viva do desenvolvimento da cidade de Santos, durante todo o período imperial até meados da segunda metade do século XX.

No entanto, atualmente seu estado de abandono e alta incidência de moradores em situação de rua

Assim, essa realidade contrasta com a modernidade do VLT que por enquanto passa pelo local apenas como fase de testes.

Contudo, em breve será visto com maior frequência no espaço público.

QUEM SÃO OS IRMÃOS ANDRADA?

Os irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva tiveram papel fundamental na Independência e nos primeiros anos do Império do Brasil.

Assim, José Bonifácio, conhecido como Patriarca da Independência, foi o principal articulador político da separação de Portugal e conselheiro de D. Pedro I.

Por suz vez, Martim Francisco, como ministro da Fazenda, organizou as finanças do novo Estado.

Da mesma forma, Antônio Carlos se destacou como deputado e orador, defendendo a autonomia brasileira nas Cortes de Lisboa e no Parlamento nacional.

Juntos, contribuíram de forma decisiva para a construção e consolidação do Brasil independente.

Mais detalhes podem ser vistos na série de colunas sobre os irmãos Andrada feita no Boqnews, em 2024:

Os irmãos Andrada – Parte 1

https://www.boqnews.com/etc/os-irmaos-andrada-parte-1/

Os irmãos Andrada – Parte 2

https://www.boqnews.com/etc/os-irmaos-andrada-parte-2/

Os irmãos Andrada – Parte 3

https://www.boqnews.com/etc/os-irmaos-andrada-parte-3/

CHÁCARA SÃO JERÔNIMO

Assim, no ano da Independência do Brasil o logradouro ainda não era público.

Era uma chácara pertencente a um professor de gramática latina, Antônio José Viana.

O espaço também era conhecido como Campo ou Largo de São Jerônimo, devido ao ribeirão de mesmo nome que passava pela região.

Apenas em 1836 foi projetada a Casa de Câmara e Cadeia, no entanto, sua construção só começou somente em 1839, com apoio do Governo da Província.

A obra, em pedra, cal, argila, areia e melado de cana-de-açúcar, demorou cerca de 30 anos para ser concluída, por conta das guerras do Uruguai e do Paraguai.

O novo prédio ficou conhecido como Largo da Cadeia Nova, em substituição ao antigo edifício da Câmara e Cadeia que ficava ao lado do Convento do Carmo.

NOVO NOME E INAUGURAÇÃO

No fim de 1865, a obra já dava nova paisagem ao local.

No entanto, em sessão da Câmara Municipal, presidida por Antônio Ferreira da Silva, o Visconde do Embaré, o espaço recebeu oficialmente o nome de Praça Andrada.

Assim, a denominação representou uma homenagem à família de José Bonifácio de Andrada e Silva.

Porém ,com o tempo, a população passou a chamá-la de Praça dos Andradas, denominação que prevalece até hoje.A partir daí, o logradouro foi recebendo melhorias.

Em 27 de junho de 1879, sob presidência de João Otávio dos Santos, a Câmara propôs a desapropriação de terrenos da massa falida de Mauá & Cia., localizados na praça, por estarem em ruínas e atrapalharem o prolongamento da Rua Amador Bueno.

No entanto, no ano seguinte, 1880, foi aprovado o plano de cercar o jardim com gradil, além da instalação de bebedouros e um banheiro público.

Em 10 de dezembro de 1882, às 17 horas, o jardim da Praça do Andrada foi inaugurado em cerimônia presidida pelo vereador Francisco Emílio de Sá e animada pelas bandas Luso-Brasileira e 15 de Abril.

Dois anos mais tarde, em 1887, a praça já contava com lago, pontes, cascatas, viveiros de pássaros e um coreto.

Dessa forma, tornou-se um dos primeiros espaços públicos a ter pontos iluminados por lampiões a gás, além de ser local de piqueniques, fotografias e passeios.

CADEIA VELHA

Enquanto isso, o prédio da Câmara e Cadeia, inaugurado oficialmente em 1870, desempenhou papel central na vida política e administrativa.

Foi sede da Câmara Municipal (1870–1896), cadeia, Fórum e delegacias de Polícia.

Além disso, foi cenário da proclamação, em 25 de novembro de 1894, da primeira e única Constituição Municipal do país, atualmente isso se equivaleria à Lei Orgânica da cidade, que é a constituição do Município, no entanto, sempre respeitando a Constituição Federal de 1988.

O edifício recebeu visitas ilustres, como D. Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina em duas ocasiões: 1876 e 1878. Em 1888, o conde d’Eu e a princesa Isabel. Como homenagem, o salão de sessões da Câmara passou a levar o seu nome, até seu penúltimo endereço, no Palácio José Bonifácio.

SÉCULO XX

A cadeia permaneceu ativa até 1956. Em 26 de janeiro de 1959, a Praça dos Andradas foi totalmente remodelada e reinaugurada com novo jardim, para os festejos dos 120 anos da elevação de Santos à categoria de cidade, em cerimônia presidida pelo prefeito Sílvio Fernandes Lopes.

Com mais de 2 mil m², o prédio histórico possui cinco salas e oito antigas celas, uma delas ocupada por Patrícia Galvão (Pagu), primeira presa política do país, escritora, poeta, jornalista e militante.

Quando a Câmara mudou para os Casarões do Valongo (1896–1939) e, depois, para o prédio da Prefeitura, o imóvel seguiu abrigando o Fórum, a cadeia e delegacias de Polícia até meados da década de 1950.

Em 1994, a antiga Cadeia transformou-se em centro cultural e passou a sediar as Oficinas Pagu. Atualmente está passando por nova reforma.

A PRAÇA

Em 16 de fevereiro de 1921, a denominação popular foi enfim oficializada, pela Lei nº 647, sancionada pelo prefeito coronel Joaquim Montenegro e tornando-se Praça dos Andradas.

Na Baixada Santista, as cidades de Mongaguá e Peruíbe também dedicam uma rua aos Andradas.

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