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14 DE MARÇO DE 2025

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Cuidados ajudam no controle da lipedema

Abordagem multidisciplinar ajuda no tratamento do lipedema. Alimentação é fundamental

Por: Carla Nascimento

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O lipedema é uma doença crônica, inflamatória e vascular que atinge principalmente as mulheres, causando acúmulo de gordura e inchaço nas pernas e nos braços. Dessa forma, muitas vezes confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema é caracterizado por sintomas como dor ao toque, câimbras frequentes, sensação de peso nas pernas e dificuldade para caminhar.
Segundo a esteticista e massoterapeuta, Márcia Campos, “os principais sintomas são sensação de pernas cansadas e doloridas, inchaço persistente, câimbras na batata da perna e dor ao toque na região afetada. A pessoa fica com essa área mais sensível e dolorida”.

Diagnóstico e desafios

O diagnóstico do lipedema deve ser feito por um clínico geral, endocrinologista ou vascular, que analisa as principais queixas do paciente. As causas da doença estão associadas a fatores hormonais e metabólicos, como sedentarismo, menopausa, uso de anticoncepcionais, puberdade e gravidez. “São pessoas nessas fases e com esses perfis que podem apresentar o lipedema”, ressalta.
Pacientes com lipedema enfrentam dificuldades para realizar atividades diárias devido ao acúmulo de gordura e dores intensas. “A pessoa convive com dores nessa região. A sensação de peso nas pernas faz com que ela fique mais limitada ao andar”, complementa Márcia.

Tratamentos

Embora o lipedema não tenha cura, diversos tratamentos ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. A drenagem linfática é uma das principais aliadas na redução do inchaço. Além disso, outros procedimentos podem auxiliar no tratamento. Veja:

Ultrassom terapêutico: reduz a inflamação, promove a lipólise (quebra da gordura), melhora a regeneração tecidual e a qualidade da pele.

Bota pneumática: composta por câmaras de ar que se enchem e esvaziam de forma sequencial, ajudando na circulação sanguínea. ILIB (laser de baixa potência): ajuda a desinflamar as células e melhora a circulação sanguínea.

Manta térmica: aumenta a oxigenação e o metabolismo local, além de relaxar os músculos.

Além dos tratamentos estéticos, uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos são essenciais para o controle do lipedema. “Com um acompanhamento médico, o suporte de um fisioterapeuta para fazer alguns exercícios, de uma esteticista para a drenagem linfática e de um nutricionista para mudanças alimentares, é possível ter uma melhor qualidade de vida com o lipedema”, afirma.

Nutrição

Além disso,  a alimentação tem um impacto significativo na evolução do lipedema. Segundo a nutricionista clínica integrativa, Angélica Croccia, uma dieta anti-inflamatória pode reduzir os sintomas da doença.

O padrão alimentar mais recomendado é o da dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como azeite de oliva e peixes. “Uma dieta bem planejada é poderosa no tratamento do lipedema. A alimentação anti-inflamatória pode ajudar a reduzir os sintomas do lipedema, bem como a dor e o inchaço”, explica Angélica. Por outro lado, alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e frituras devem ser evitados, pois podem agravar a inflamação e intensificar os sintomas.

Estudos recentes também indicam que a microbiota intestinal pode ter relação com a doença. “A dieta deve ser equilibrada e rica em fibras para ajudar a manter uma microbiota saudável. Além disso, suplementos como ômega 3, curcuma, coenzima Q10, resveratrol, chá verde e colágeno possuem propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar a reduzir o inchaço, melhorar a composição corporal e facilitar o emagrecimento”, destaca a nutricionista.

A boa hidratação também é essencial para diminuir a retenção de líquidos e aliviar os sintomas. “A ingestão de água deve ser suficiente para ajudar a melhorar a circulação e aliviar os sintomas”, recomenda.

Circulação sanguínea

Segundo o médico cirurgião vascular Felipe Ziccardi, o lipedema é uma situação que afeta diretamente a pele dos membros inferiores e superiores, estando ligada ao tecido gorduroso que possui uma extensa malha circulatória. Quanto mais tecido gorduroso, maior é a demanda do tecido vascular do local. Quanto mais inflamada estiver a paciente, maior ainda vai ser essa rede circulatória.
“Tudo isso pode impactar na piora da Doença Venosa Superficial e na dificuldade da entrega de resultado do tratamento”. Vale lembrar que as pacientes com Lipedema tem mais diminuição de massa muscular dos membros inferiores, principalmente nas coxas (Sarcopenia) o que piora ainda mais o retorno venoso.
O exame clínico com ultrassonografia e Doppler ajuda a identificar doenças vasculares no lipedema. Exames complementares devem ser realizados apenas após avaliação clínica e indicação de um profissional capacitado.

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