Estudos recentes indicam que a suplementação adequada pode reduzir em até 55% o risco de determinadas condições de saúde durante a gravidez. Diante disso, especialistas recomendam atenção especial à reposição de nutrientes, principalmente em gestantes com hipertensão crônica, doenças autoimunes ou em uso de corticoides.
Com o avanço da gestação, é comum o surgimento de quadros de constipação intestinal. Alterações hormonais tornam o intestino mais lento, mas o consumo de fibras pode amenizar esse efeito, segundo a Febrasgo. Uma das alternativas recomendadas para esse cuidado intestinal é o uso do Psyllium.
De acordo com as orientações nutricionais da Prefeitura de Jundiaí (SP), o Psyllium pode ser inserido na dieta em pequenas quantidades diárias — até duas colheres de sopa por dia —, sempre aliado a uma boa hidratação e ao acompanhamento profissional.
Vitamina D e zinco: aliados importantes na gestação
Entre os suplementos indicados para gestantes estão também a vitamina D e o zinco. Especialistas recomendam avaliar o consumo desses nutrientes individualmente.
A vitamina D é fundamental para a saúde óssea e muscular, além de reforçar o sistema imunológico. Ela participa de diversos processos celulares e contribui para o desenvolvimento fetal nos primeiros meses. Embora sua principal fonte seja a exposição solar, a deficiência pode ocorrer devido à baixa exposição ou consumo reduzido de alimentos como peixes, cogumelos, gema de ovo e fígado bovino. Nesses casos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a suplementação com base em exames laboratoriais e orientação médica.
Já o zinco é essencial para o crescimento do feto e o funcionamento do sistema imunológico. Ele também auxilia na prevenção de complicações como parto prematuro, hemorragia pós-parto e pré-eclâmpsia. Encontrado em alimentos como carnes, laticínios, leguminosas e cereais integrais, o zinco só deve ser suplementado em casos de deficiência comprovada. A OMS alerta que o uso excessivo do nutriente pode trazer prejuízos à saúde da gestante, sendo necessária avaliação profissional para sua prescrição.
Dietas vegetarianas e veganas exigem atenção redobrada
Gestantes vegetarianas ou veganas devem ter cuidados extras com a ingestão de nutrientes. Embora dietas bem planejadas possam suprir as necessidades da gestação, há maior risco de deficiência de ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio, colina e ômega-3 — nutrientes encontrados principalmente em alimentos de origem animal.
Especialistas consideram o consumo adequado de ômega-3 essencial para o desenvolvimento fetal, atuando como anti-inflamatório e imunomodulador. A demanda por esse nutriente durante a gravidez pode aumentar entre 50 e 70 mg por dia, segundo a Febrasgo. Em gestantes onívoras, recomenda-se a ingestão de peixes ricos em ômega-3 ao menos três vezes por semana. Já vegetarianas e veganas podem recorrer a suplementos manipulados, sempre com prescrição profissional.
Outro ponto importante é evitar o consumo de peixe cru e estar atenta ao risco de contaminação por metais pesados, como o mercúrio.