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25 DE JULHO DE 2025

Décadas do atraso

Humberto Challoub

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Estudo publicado recentemente pelo Fundo Monetário Internacional revelou que, nas últimas quatros décadas, o Brasil recuou 39 posições no ranking de renda per capita entre os países, passado da 48º posição, que ocupava em 1980, para 87º, acentuando o empobrecimento do País e atestando a distópica distribuição da renda brasileira.

As razões para esse resultado negativo já são por demais conhecidas: fracassos sucessivos de políticas governamentais que não priorizaram crescimento, produtividade e educação.

Enquanto outras nações emergentes avançaram, o Brasil optou por projetos de poder ao invés de projetos de Estado orientados por ações de médio e longo prazos.

Apesar das inúmeras demonstrações de boa intenção de diversos governantes, de direcionar esforços para reverter essa dura realidade brasileira, as iniciativas concretas adotadas até agora se revelaram tímidas diante do desafio que se impõe.

Os poucos avanços nas áreas sociais conquistados derivaram quase que exclusivamente da implementação de programas assistenciais, como o bolsa família, que permitiram a inclusão no mercado de consumo de produtos básicos milhares de famílias que viviam em níveis de miserabilidade.

Contudo, poucas ações foram adotadas visando criar mecanismos definitivos de valorização da capacidade produtiva desse grande contingente populacional que ainda vive em condições precárias.

Nesse sentido, é de se esperar que as próximas eleições marcadas para o próximo ano, que irão escolher os futuros chefes dos executivos estaduais e federal, reservem espaço para o aprofundamento do debate em torno de propostas realistas voltadas a estruturar o País por meio de planos factíveis e duradouros.

Enfatizar a geração de renda por meio da ocupação de trabalhadores em projetos voltados à melhoria das condições de vida da população, como habitação, saneamento e infraestrutura urbana, é de fundamental importância e, por isso, deve ser estar entre as principais prioridades dos futuros governos.

Da mesma forma, torna-se igualmente relevante a criação de estímulos à iniciativa privada, especialmente com parcerias e ações que visem reduzir custos trabalhistas, para ampliar o número de vagas nos mais diversos segmentos da atividade produtiva.

Propiciar o aumento das oportunidades no mercado de trabalho resultará no fortalecimento da economia interna e, como consequência, a elevação dos níveis de renda da população.

Os brasileiros têm demonstrado pouca aceitação pelas retóricas populistas ou às prosopopeias que permeiam os discursos políticos.

Querem ações concretas para promover a desejada justiça social, que ofereçam menos complacência e mais dignidade.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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