Preservar a história é garantir que os valores de coragem, civismo e resistência continuem a inspirar gerações. Com esse compromisso, a cidade de Santos realizou, na manhã desta quarta-feira (9), uma cerimônia cívica em homenagem aos 93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932.
Ademais, o evento ocorreu na Sala Princesa Isabel, no Palácio José Bonifácio, e contou com a presença de autoridades civis e militares, representantes da sociedade civil, estudantes e familiares de ex-combatentes. A iniciativa foi promovida pela Prefeitura de Santos em parceria com a Associação dos Combatentes de 1932.
Durante o discurso oficial, a prefeita em exercício e secretária da Educação, Audrey Kleys, destacou o protagonismo feminino na Revolução. “Mais de 70 mil mulheres participaram da produção de mais de 450 mil fardas em tempo recorde. Elas atuaram na alimentação dos soldados, na assistência médica e até na linha de frente, como Maria Soldado”, afirmou. Audrey também citou a médica Carlota Pereira de Queirós, que se voluntariou durante o conflito e se tornou a primeira mulher eleita deputada federal no Brasil.
Entretanto, o presidente da Associação dos Combatentes de 1932, Murilo Pinheiro Lima Cipriano, emocionou o público ao relembrar os 87 dias de luta e os impactos políticos do movimento. “Mesmo com a derrota militar, a Revolução resultou na convocação de uma Assembleia Constituinte e na promulgação da Constituição de 1934”, afirmou.
Além disso, durante a cerimônia, a Associação homenageou personalidades da sociedade santista que atuam pela preservação da memória histórica. Os homenageados receberam medalhas e certificados como forma de reconhecimento.
A Revolução de 1932
O movimento foi deflagrado em 9 de julho de 1932, quando o estado de São Paulo se levantou contra o governo provisório de Getúlio Vargas. A morte dos jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, conhecidos como MMDC, serviu como estopim para a mobilização.
Contudo, com mais de dois mil mortos e cerca de 35 mil civis engajados, a Revolução Constitucionalista foi o maior conflito armado do século 20 no Brasil. Apesar da derrota militar, o movimento consolidou avanços políticos importantes e hoje é símbolo da luta pela democracia.
No Estado de São Paulo, o 9 de Julho é feriado civil e representa a força do povo na defesa dos seus direitos.
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