A secretária de Segurança de Santos, Raquel Galinatti, será a primeira baixa deste segundo mandato do prefeito Rogério Santos (Republicanos).
Ela deixará o cargo na próxima sexta (23), após 11 meses à frente da pasta.
Uma solenidade no período da tarde ocorrerá em sua homenagem e aos trabalhos prestados ao Município ao longo deste período.
Primeira suplente do PL na Assembleia Legislativa, Raquel assumirá a vaga do deputado Carlos Cézar, líder do PL na Alesp, a partir de agosto.
A previsão é que ela ficasse no cargo até julho, mas a saída foi antecipada.
Cézar será indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele conta com apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na semana passada, o deputado angariou apoio para a própria indicação, inclusive com requerimentos de urgência de três projetos.
As propostas criam cargos, aumentam salários de servidores e estabelecem incentivos para aposentadoria de funcionários do TCE, conforme reportagem do UOL.
Secretária
Apesar de não nascida em Santos, Raquel viveu sua infância e parte da adolescência na Cidade.
Hoje, é comentarista sobre Segurança Pública na Jovem Pan News e atual diretora de relações sociais da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil – Adepol.
Também foi a primeira mulher eleita presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (2017-2022).
A notícia sobre a saída da secretária foi noticiada pelo jornalista Sandro Thadeu, do portal BS9, e confirmada pelo Boqnews.
A saída de Raquel ocorre no mesmo momento em que vereadores do seu partido, o PL, a tem questionado sobre uma série de ações, como uso de viatura descaracterizada, inclusive para localidades fora de Santos, entre outros assuntos.
Na Câmara, há semanas o assunto virou destaque nas sessões legislativas – tema amplificado nas redes sociais.
Aliás, isso ocorre especialmente entre vereadores da oposição e do seu partido, especialmente Allison Salles e Rui de Rosis Jr, ambos do PL.
Salles, aliás, apresentou uma lista com mais de 40 perguntas dirigidas à secretária.
Sua presença era aguardada na audiência pública promovida pelo vereador Sergio Santana (PL) sobre Segurança Pública na segunda-feira à noite.
No entanto, não compareceu, motivando críticas de Salles e de Rosis e, posteriormente, de Santana – além de diversos dos participantes na audiência.
Durante participação do Jornal Enfoque no último dia 9 de maio, Raquel disse que oficialmente não tinha recebido qualquer convite do Legislativo, mas que compareceria, se isso ocorresse.
Na semana passada, Salles reapresentou o projeto.
Com a saída da secretária, porém, a proposta será arquivada.
Bastidores
O Boqnews apurou que havia um desgaste interno da secretária, inclusive com vereadores da base e alguns secretários.
Um exemplo é a atuação de guardas municipais em ações quanto à população em situação de rua e ambulantes.
A medida contrariava a posição da secretária, Ela defende a legalidade das ações por parte da GM, como destacou durante sua participação no Jornal Enfoque.
Outro ponto ocorre com o esvaziamento de algumas ações da pasta em âmbito municipal.
Afinal, tanto o telefone 153, como as operações de rádio e as câmeras de segurança do CCO – Centro de Controle Operacional não estão atrelados à pasta da Segurança, mas de Governo.
Ou seja, é como se o dono do automóvel fosse um, responsável pela manutenção do veículo, e os demais profissionais, como policiais e agentes de trânsito, os responsáveis por operar os equipamentos.
Isso, aliás, foi objeto de explicação pelo inspetor da GM, Sérgio Lúcio da Costa, que representou a secretária durante a Audiência Pública na última segunda.
“É como se o carro fosse deles (eles cuidassem da manutenção) e os policiais e agentes de trânsito são os operadores da máquina”, disse na audiência pública, a terceira a qual já participou como representante da pasta.
Muralha Paulista
Além disso, outro ruído ocorria em relação ao Muralha Paulista, do Governo do Estado, objeto de tantas discussões durante o horário eleitoral gratuito no ano passado.
Hoje, menos de 10% das câmeras estão atreladas ao programa estadual, que garante reconhecimento facial e leitor de OCR (para captação das placas dos veículos e verificação se são furtados, roubados ou objetos de outros crimes).
Atualmente, Santos tem previsão inicial de 18 pontos atrelados ao Muralha Paulista, totalizando pouco menos de 200 câmeras interligadas – de um total de mais de 2 mil objetos espalhados pelas ruas.
Este número, porém, está em fase de implantação.
A Reportagem apurou que os equipamentos do CCO do Município são incompatíveis, em termos tecnológicos, com o modelo adotado no programa estadual Muralha Paulista.
Assim, popularmente falando, eles não ‘se falam’ – ou seja, usam tecnologias incompatíveis e distintas.
O próprio comandante do 6º Batalhão (BPMI), Fábio Nakaharada, reconheceu que tem conversado com membros da prefeitura para implantação de mais pontos interligados ao Muralha Paulista.
O convênio foi firmado no ano passado, mas ainda há necessidade de avanços e recursos para a integração.
Na mesma linha, o deputado federal Da Cunha (PP) anunciou que irá priorizar recursos para ocorrer a interligação.
“Vou trazer emendas parlamentares para o que Muralha Paulista tenha aqui a mesma atuação na Capital. Temos a ferramenta, mas faltam pequenos ajustes. Nosso compromisso é fazer esta integração funcionar. Assumo esta responsabilidade “, disse durante sua rápida presença durante a audiência pública.
Na Capital, já funciona a parceria entre a prefeitura paulistana e o governo paulista por meio do Smart Sampa.
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