O mercado de imóveis residenciais usados nas cidades da Baixada Santista encerrou junho de 2025 com queda tanto nas vendas quanto nas locações. O levantamento foi realizado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), que consultou 118 imobiliárias da região. A pesquisa abrangeu Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.
De acordo com o estudo, as vendas recuaram 34,93% em relação a maio. Já os novos contratos de aluguel diminuíram 11,52%. Apesar da retração, o cenário pode mudar nos próximos meses. Isso porque obras de infraestrutura urbana seguem em ritmo acelerado e devem gerar impactos positivos no setor.
Entre os projetos em destaque, está o programa de macrodrenagem, que busca reduzir alagamentos e melhorar a infraestrutura urbana. Além disso, a expansão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) promete conectar melhor os bairros periféricos, valorizando essas áreas e ampliando o interesse por novos empreendimentos residenciais.
Vendas em junho: imóveis médios lideram
A maioria dos imóveis vendidos em junho tinha dois dormitórios e área útil entre 50 e 100 m². Casas representaram 44% do total de vendas, enquanto apartamentos somaram 56%. A média de preço ultrapassou R$ 500 mil.
Os compradores se concentraram em três áreas: regiões centrais (34%), bairros periféricos (34%) e áreas nobres (32%). Quanto à forma de pagamento, 45,7% dos imóveis foram financiados pela Caixa Econômica Federal. Outros 25,7% dos negócios foram pagos à vista. Financiamentos por outros bancos representaram 14,3%, enquanto vendas diretas com o proprietário somaram 11,4%.
Mais da metade das unidades foi vendida pelo valor anunciado. Cerca de 18,9% tiveram um desconto de até 5% e 16,2% foram vendidas com descontos entre 6% e 10%.
Em relação ao preço, os imóveis mais vendidos estavam entre R$ 151 mil e R$ 450 mil. A faixa entre R$ 351 mil e R$ 400 mil concentrou 16,2% das vendas.
Locações: periferia concentra a maioria dos contratos
Em junho, 56% das locações envolveram apartamentos e 44% casas. Assim como nas vendas, a maioria dos imóveis alugados tinha dois dormitórios e área útil entre 50 e 100 m².
A faixa de preço mais procurada ficou entre R$ 1.500 e R$ 3.000. O depósito caução foi a forma de garantia mais utilizada, aparecendo em 71,2% dos contratos. Em seguida, vieram outras garantias como fiador (7,7%) e seguro-fiança (5,8%).
As locações se concentraram principalmente em bairros periféricos, que somaram 49% dos contratos. As regiões centrais responderam por 27,5% e os bairros nobres por 23,5%.
Entre os inquilinos que encerraram contratos, 33,3% mudaram para imóveis com aluguel mais barato, enquanto 23,8% assumiram valores mais altos. Um total de 42,9% não informou o motivo da mudança.
Além disso, 76,1% dos contratos foram fechados sem qualquer desconto em relação ao valor anunciado.
Evolução em 2025: vendas em queda, locações oscilam
O acumulado de 2025 mostra uma queda expressiva de 90,26% nas vendas. Em contrapartida, as locações apresentaram crescimento de 7,86%, mesmo com oscilações mensais. O mês de maio, por exemplo, teve alta de 45,85% nos novos contratos.
Apesar do momento de retração, o setor imobiliário da Baixada Santista pode apresentar recuperação no segundo semestre. Investimentos públicos, ampliação da mobilidade urbana e obras estruturais criam condições mais favoráveis para impulsionar tanto as vendas quanto as locações.