Com movimentação recorde e novos projetos em andamento, o Porto de Santos se fortalece como um dos principais polos de geração de empregos no país. A previsão de expansão, somada a obras de grande porte e investimentos bilionários, transforma a região em um cenário promissor para diversas áreas profissionais.
Um dos principais projetos em destaque é o Terminal de Contêineres Tecon Santos 10, que deve ser leiloado nos próximos meses. Com investimento estimado de R$ 5,6 bilhões ao longo de 25 anos, o megaterminal é apontado como o maior arrendamento portuário do Brasil. A expectativa é de geração de milhares de postos de trabalho, diretos e indiretos.
Além disso, outras obras previstas ampliam esse cenário, como a transferência do terminal de cruzeiros para o bairro do Valongo, a construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá e a intensificação da exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos.
Porto deve dobrar movimentação até 2026
Segundo o professor Hélio Hallite, da Unisanta, a atividade portuária deve crescer 110% até 2026. Os dados se baseiam no aumento contínuo da movimentação de cargas.
“Somente em maio, o Porto movimentou 16,6 milhões de toneladas — alta de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2024”, afirmou.
Em 2023, o Porto de Santos processou 179,8 milhões de toneladas. A previsão é atingir 378 milhões de toneladas nos próximos anos. Hallite destaca que o desafio será ampliar as áreas operacionais para atender à crescente demanda.
Números em alta no setor de cargas
O crescimento se reflete em diversas frentes:
Granéis sólidos cresceram 5,3%, com destaque para:
Soja em grãos: +12,6%
Farelo de soja: +6,9%
Contêineres bateram recorde:
2,29 milhões de TEUs movimentados
Crescimento de 6% sobre os anos anteriores
Granéis líquidos também subiram 2,3%:
Óleo combustível: +51,3%
Sucos cítricos: +11,8%
Automação muda o perfil dos profissionais
O avanço tecnológico nos terminais portuários transformou o cenário de trabalho. A automação e robotização aumentaram a eficiência, mas exigem novos perfis profissionais.
“Não veremos desemprego em massa, mas uma mudança no tipo de trabalhador. Haverá menos pessoas nos pátios e mais profissionais de tecnologia, logística, operação e manutenção”, destacou Hallite.
Entre as profissões em alta estão:
Analistas de TI
Técnicos em automação
Operadores logísticos
Profissionais de transporte
Agentes marítimos
Especialistas em manutenção portuária
Setor de petróleo e gás também cria oportunidades
Em maio, a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo de alta qualidade no pré-sal da Bacia de Santos, no bloco Aram. A estatal, que detém 80% da exploração, prevê a perfuração de dois novos poços até 2027.
O pós-doutor em Economia Eric Dantas alerta que o setor emprega menos do que no passado, mas beneficia cadeias produtivas locais.
“Hoje, as empresas de petróleo e gás contratam menos diretamente, mas geram oportunidades em serviços terceirizados e inovação”, explicou.
Obras bilionárias devem gerar milhares de empregos
Além da movimentação portuária, grandes obras de infraestrutura reforçam a expectativa de novos postos de trabalho na Baixada Santista.
Túnel Santos-Guarujá
Edital será lançado em 5 de setembro
Obra estimada em R$ 6 bilhões
Túnel de 1,5 km, sendo 850 metros submersos
Ligação: Outeirinhos (Santos) → Vicente de Carvalho (Guarujá)
Benefícios: melhoria na mobilidade urbana, no escoamento de cargas e substituição do atual sistema de balsas
Nova pista na Rodovia dos Imigrantes
Anunciada pelo Governo de SP em 2024
Investimento: não divulgado oficialmente, mas parte do pacote de mobilidade estadual
21,5 km de extensão, com:
17 km de túneis (80% da obra)
4 km de viadutos
Conexão: do km 43 da Imigrantes (SP-160) até o km 265 da Cônego Domênico Rangoni (SP-055)
Objetivo: facilitar o acesso ao Porto de Santos e reduzir o tráfego nas rodovias atuais
Transformação econômica em curso
Com a soma dos investimentos públicos e privados, o Porto de Santos e sua área de influência caminham para se tornar um dos principais hubs logísticos e energéticos da América Latina.
A combinação entre modernização portuária, infraestrutura e exploração de recursos naturais gera não só crescimento econômico, mas também um novo ciclo de qualificação profissional e geração de renda para toda a região.
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