A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou, em nota, que a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar “rigorosamente” a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência, que se tornou fatal.
Além disso, a Polícia Civil instaurou inquérito e investiga todas as circunstâncias do crime.
O caso envolve o feminicídio provocado pelo policial militar, o sargento Samir Carvalho, que matou a esposa Amanda Fernandes, e feriu a filha de 10 anos.
O casal tinha outros dois filhos menores.
A tragédia, que ganhou repercussão nacional, ocorreu em uma clínica médica na Vila Belmiro, em Santos, na tarde de quarta-feira (7).
Na ocasião, os policiais foram acionados via Copom para atender uma ocorrência de desinteligência no local.
Em nota, a secretaria informou que quando as viaturas chegaram, as vítimas estavam trancadas no interior do consultório médico.
Além disso, o autor, policial militar que estava de folga, encontrava-se naquele momento do lado de fora do consultório.
Dessa forma, o imóvel é um casa, onde há interfone na rua e outro interfone para acesso ao imóvel.
De acordo com as informações prestadas no boletim de ocorrência, após o policial mostrar que não estava armado, a porta abriu para que os policiais entrassem.
No entanto, o autor do crime conseguiu entrar no imóvel rapidamente e atirou na mulher e na filha, que levou dois tiros.
Preso em flagrante, ele teve encaminhamento ao Presídio Militar Romão Gomes.
Portanto, o caso está registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na Delegacia da Mulher em Santos.
Na UTI
Em nota, a Santa Casa de Santos informa que a menor de 10 anos continua internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do hospital, sem previsão de alta.
Desta maneira, a menor recebeu atendimento após cuidados da equipe multiprofissional da emergência logo após sofrer os disparos efetuados pelo próprio pai.
Feminicídios
O total de casos de feminicídios tem crescido ao longo dos últimos anos no Estado de São Paulo.
Na comparação entre os primeiros trimestres, os números crescem, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.
Em 2020, 49 mulheres mortas; em 2021, 43.
Já em 2022, 50.
Em 2023, 61 – igual ao total do primeiro trimestre deste ano.
O recorde, porém, ocorreu no ano passado, com 75 mulheres assassinadas pelos seus companheiros, maridos ou namorados.
Repúdio
A prefeita em exercício, Audrey Kleys, divulgou em suas redes sociais sobre a tragédia ocorrida.
“Mais um dia marcado pela dor: uma mulher foi morta e uma criança ferida dentro de uma clínica, aqui em Santos, pelo próprio companheiro”.
“É mais um feminicídio. É mais uma vida arrancada pelo machismo e pela violência. Isso precisa parar”.
“Não há desculpa, não há justificativa. Toda minha solidariedade à família e meu compromisso renovado na luta por políticas que protejam nossas mulheres e crianças”.
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