
Cosco Shipping Volga é o último navio a atracar no terminal da Libra neste sábado (27), cujas operações deixarão de ser realizadas no local. Cerca de mil funcionários vivem o dilema sobre o futuro dos seus empregos. Foto: Divulgação
Com a atracação do navio Cosco Shipping Volga, previsto para sábado (27), às 19 horas, a Libra Terminais encerra suas atividades no Porto de Santos.
Pelo menos em relação à movimentação de contêineres e cargas.
A embarcação é de bandeira de Hong Kong e mede quase 300 metros de comprimento por 48,2 metros de largura.
Apesar do contrato com a administradora portuária se encerrar em apenas maio do próximo ano, o fim contratual entre a armadora e a Libra antecipou a interrupção das atividades.
A armadora passará a operar na DP World (ex-Embraport).
Assim, até lá, o terminal deverá se ocupar apenas da guarda de contêineres durante o período contratual restante.
Portanto, salvo novos fatos ocorrerem.
A Codesp aguarda uma posição oficial para verificar as alternativas disponíveis.
Desta forma, a Libra vai iniciar seu processo de demissões dos quase mil funcionários de forma gradual.
Diante do impasse, tudo poderá ocorrer.
Situação
Assim, em nota, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) afirmou que, em 2018, a Libra respondeu por 12,6% do total de contêineres movimentados no cais santista.
Isso é equivalente a quase 327 mil unidades.
Portanto, questionada sobre o fato de que a Libra foi condenada a pagar a dívida com a Codesp de cerca de R$ 2 bilhões, a autoridade portuária informou, por meio de sua assessoria, que em outubro deste ano será definida as condições e prazos de pagamento.
“O prazo a ser estipulado não poderá ser inferior a 180 dias nem superior a 5 anos”, afirma.
A nova destinação da área será definida pela Autoridade Portuária de Santos, Secretaria Nacional de Portos e a Antaq.
Assim, eles aguardam definição para saber se o término do contrato será antecipado ou se apenas ocorrerá a suspensão dos atendimentos às embarcações.
A partir daí, serão adotadas a medidas cabíveis para a cessão a outras operadoras.
Por sua vez, segundo a estatal, há interesse de empresas para a assinatura de contratos de transição.
Desta forma, trata-se de instrumento válido por até seis meses e utilizados para que a área não fique inoperante até que o novo arrendatário, a ser definido em leilão, assuma a área.
Conforme a estatal, existe também interesse de empresas produtoras de papel e celulose em utilizar o terminal para escoar aproximadamente 7 milhões de toneladas por ano.

Libra Terminais anunciou o encerramento das atividades até o final deste mês, o que provocará cerca de mil demissões. Foto: Nando Santos
Novos horizontes
Desta forma, um experiente profissional da área portuária não acredita que a área ocupada hoje pela Libra seja destinada para uma empresa semelhante.
Ou seja, que também irá operar contêineres, segmento que mais emprega trabalhadores portuários.
Assim, ele aposta que a área deverá gerar interesse especialmente de empresas do setor de papel e celulose (a Fibria é vizinha à Libra) ou de terminais de grãos (hoje três operadoras atuam no setor no trecho em direção ao bairro da Ponta da Praia).
No entanto, a geração de empregos é bem menor, variando de 4 a 5 vezes menos que em um terminal de carga conteinerizada.
Relembre detalhes da Reportagem sobre o fim das atividades da empresa neste link do Boqnews .