Na última quinta-feira (5) foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, com isso, a data também causa na sociedade uma reflexão nas ações e cuidados que devem ser tomados com o meio ambiente, tanto para o presente quanto ao futuro das novas gerações.
Saneamento básico
A Sabesp anunciou um investimento de R$ 7,5 bilhões na Baixada Santista, em fevereiro deste ano, sendo que R$ 3 bilhões já estão em execução. Desse modo, a gerente regional da Sabesp na Baixada Santista e Vale do Ribeira, Olivia Mendonça comenta sobre quais são as principais áreas prioritárias para a alocação desses recursos, e como as obras estão sendo planejadas para atender os moradores da região.
“São investimentos para melhorar e ampliar os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos 9 municípios da Baixada Santista. O valor mencionado demonstra a nova fase da Companhia, o que representa quase três vezes o total de recursos investidos na região de 2017 a 2024, antes da desestatização. São obras que visam aumentar a eficiência operacional por meio da renovação de infraestrutura e ampliações dos nossos sistemas (como novos reservatórios, ampliações de estações de tratamento de água e esgoto).”
Estão inclusos, ainda, os investimentos para atendimento ao projeto de universalização da Companhia por meio da implantação de novas redes e ligações de água e esgoto, em áreas até então não atendidas para os 9 municípios da Baixada Santista. As obras estão sendo planejadas em atendimento ao plano de investimentos da Sabesp e devidamente alinhadas com as prefeituras.
Impactos
Além disso, ela menciona que a travessia subaquática entre Santos e Guarujá é uma obra de grande impacto positivo uma vez que a região possui um sistema integrado de abastecimento. “Implica dizer que a obra que acontece em um município acaba por beneficiar todos. Essa travessia ampliará a segurança e resiliência hídrica da Baixada Santista. É apenas uma das ações identificadas como necessárias para atendimento em períodos de estiagem e alta temporada no verão.”
A Universalização do Saneamento na Baixada Santista em 2029 por meio da aceleração dos investimentos da Sabesp será essencial para a melhoria das condições de vida. Assim como, para a promoção da saúde pública da população atendida. “Levaremos saneamento a mais pessoas de forma mais rápida, com sustentabilidade, incluindo áreas rurais e passíveis de regularização. Outros investimentos possibilitam ainda a ampliação da eficiência operacional, a renovação de ativos e grandes melhorias na infraestrutura existente. As obras de saneamento são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da nossa região. Elas impactam diretamente nos pilares da sustentabilidade, social, ambiental e econômico. A proteção dos nossos recursos naturais, o impacto na saúde pública por meio da redução de doenças, a dignidade que traz o saneamento, a geração de empregos durante a execução das obras são exemplos de bases sólidas do crescimento sustentável.”
Movimento ODS
Desse modo, o coordenador do movimento ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) na Baixada Santista, Fábio Tatsubô comenta sobre as ações. “Sobre o movimento ODS, nós estamos formalizado o movimento nacional, eu faço parte da coordenação estadual e me atribuíram a coordenação regional, o que nós entendemos como sociedade civil, é que muitas das ações, daqui pra frente é fundamental a sociedade, ela se sentir pertencente aos espaços públicos compartilhados.”
Na última terça-feira (3), por exemplo no Fórum da Lei de Incentivo à Reciclagem, houve um painel com as cooperativas para a ouvir os desafios que eles têm no dia a dia e também as sugestões e soluções.
“Ao mesmo tempo, depois nós fizemos uma capacitação para as cooperativas, para o terceiro setor e produtores culturais para utilização da Lei Federal de Incentivo a Reciclagem. Ela é similar à Lei Rouanet. Ajuda desde a educação ambiental, a estruturação das cooperativas, auxílio as entidades que recolhem resíduos e todos entendem que é uma participação”.
Sustentabilidade
Além disso, ele cita a feira dos artesãos que utilizam por exemplo, saquinhos de supermercado que transformam em bolsas como se fosse de crochê, a chamada economia circular. “Ou seja, sem a intervenção do poder público e considerando que do 100% dos resíduos que a gente descarta como lixo, 50% são reciclados, 40% deveriam ser compostagem e somente 10% que é o lixo do banheiro indo para o aterro. Se colocarmos tudo como a gente tem feito, qualquer coisa vira lixo e vai para o aterro. Assim, piora o gás metano, o aquecimento global e satura”, explica.
Portanto, ele menciona que sustentabilidade é poder garantir que isso tenha maior longevidade, com menor impacto nos indicadores do aquecimento global e a sociedade tem um papel fundamental neste processo. Segundo Tatsubô, poder cuidar não é limpar mais, mas limpar menos, porque descartamos de forma correta.
Aliás, ele cita que o ODS Santos nasce com as ações internas da Prefeitura de Santos, então todas as prefeituras que começam a adotar essas ações, divulgar e provar que está fazendo, começa a engajar a sociedade civil e a iniciativa privada para trabalhar em sinergia. “Não adianta apenas Santos fazer o ODS, precisamos de um corredor de ODS na Baixada Santista. O problema de uma cidade interfere no da outra, seja em questões sociais ou ambientais. E com cidades atuando na mesma ação, com a mesma metodologia, podemos realmente fazer impactos positivos no território na região toda, para que a gente alcance a prosperidade por meio das ações de sustentabilidade”.
Santos
Sobre as ações de meio ambiente, a Prefeitura de Santos lançou, em março deste ano, o Programa Santos Sustentável, ação integrada de estratégias ambientais em sustentabilidade com o objetivo de somar esforços do Município na conexão verde e enfrentamento às mudanças climáticas.
A meta é realizar o plantio de 10 mil novas árvores em quatro anos (a Cidade conta atualmente com 35 mil vegetais). Além da arborização urbana, o programa prevê criar corredores verdes, ampliar áreas permeáveis (como ilhas de chuva e pomares em escolas e praças públicas), promover a biodiversidade, estimular a mobilidade sustentável, tudo para reconectar a Cidade com a natureza e promover a Mata Atlântica.
Sobre as mudanças climáticas, a prefeitura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciaram tratativas para o desenvolvimento de um planejamento estratégico para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na Cidade. O foco do estudo será na implantação de novas soluções de macrodrenagem e drenagem, em todas as regiões do Município, e a necessidade de intervenções complementares, como o reposicionamento dos prédios tortos da orla.
Resíduos
Sobre a gestão de resíduos, a Prefeitura menciona que Santos consolidou a Parceria Público-Privada (PPP) entre a Prefeitura de Santos e o consórcio Terra Santos Ambiental, formado pelas empresas Terracom Construções Ltda e Terracom Concessões e Participações, com duração de 30 anos.
O acordo prevê uma série de melhorias, com investimentos de R$ 739 milhões, para que a Cidade garanta a evolução do serviço para tornar-se modelo de eficiência ambiental. Os trabalhos englobam a limpeza, com tecnologia de ponta, passando pela coleta e seguem até a destinação final, incluindo educação ambiental e conscientização da população.
A concessionária é responsável pela destinação final do lixo, que atualmente é levado para o Aterro Sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos. Em caso de qualquer problema relacionado a chegada dos resíduos neste local, também já estão inclusos no valor do contrato mais duas opções de aterros sanitários em relação à destinação final, localizados em Mauá e Caieiras.
São Vicente
A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), reforça que vem adotando medidas para ampliar a arborização urbana, com a futura contratação do Inventário Arbóreo, do Plano Diretor de Arborização e de um sistema de gestão, essenciais para enfrentar as mudanças climáticas. Toda supressão vegetal passa por compensação ambiental.
No enfrentamento às mudanças climáticas, o Município integra o Projeto Fapesp Coop Clima São Vicente, mobilizando universidades nacionais e internacionais com ações de educação climática e construção de um plano de ação com foco na justiça climática.
Na área de saneamento e resíduos, a Prefeitura fiscaliza irregularidades e atua na ampliação da rede de esgoto, além de modernizar a coleta seletiva, que já recolhe cerca de 130 toneladas por mês, com previsão de aumento para 150 nos próximos meses.
As ações são fortalecidas por meio de parcerias com universidades, como USP, UNESP, UNIFESP, UNICAMP, além dos apoios da cooperativa de reciclagem Cooperscar tortugas Ambiental, responsável em parceria com a administração pública pelo Projeto das Ecobarreiras a qual conseguiu eliminar 75 toneladas de lixo dos canais, e da Rainha da reciclagem, onde nos últimos seis meses, a Cidade recolheu mais de 270 toneladas de papelão, plástico e vidro para a destinação correta.
Guarujá
A Prefeitura de Guarujá informa que promove diversas iniciativas que visam a sustentabilidade e a qualidade de vida da população. Entre as ações realizadas, destaca-se a atividade de plantio de árvores na última quarta-feira (4), envolvendo alunos da Escola Municipal Hermínia Neves Vitiello, iniciativa que integra educação ambiental e a ampliação da arborização urbana.
Além disso, a Administração Municipal está elaborando o Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU), que contou com a participação da população entre janeiro e março de 2025. O PMAU busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como enchentes e temperaturas elevadas, e direcionar ações estratégicas de arborização, especialmente em áreas urbanizadas.
No campo da gestão de resíduos, Guarujá mantém um sistema estruturado de coleta seletiva, que atende bairros em diferentes regiões, promovendo a separação correta de materiais e a conscientização da população. A Cidade também conta com o trabalho de cooperativas de reciclagem.
Bertioga
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Bertioga, ao longo de todo o ano são realizados diversos projetos voltados à preservação ambiental, com foco na educação, conservação dos ecossistemas e promoção da sustentabilidade. Um dos destaques é o projeto do Barco Escola “Arca do Saber”, que leva alunos do 5º ano da rede municipal e do 7º ano da rede estadual para uma experiência prática no ecossistema do manguezal, navegando pelo Canal de Bertioga e pela foz do Rio Itapanhaú.
Outro projeto importante é o roteiro pedagógico “O Milagre da Polinização”, realizado com todos os 1º anos da rede municipal, e “Uma Aventura no CEA”, realizado com as escolas particulares e grupos interessados, que proporciona vivências educativas no Centro de Educação Ambiental e Viveiro Municipal, por meio de atividades lúdicas de conscientização ambiental.
Peruíbe
A Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Peruíbe, por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, promove a arborização urbana com a doação de mudas nativas a munícipes e escolas. Os pedidos são formalizados junto à Prefeitura, analisados por técnicos e acompanhados da assinatura de um termo de responsabilidade por parte do solicitante.
A cidade também conta com uma legislação específica de arborização urbana, que prevê a compensação ambiental por retirada de árvores — garantindo que novas mudas sejam plantadas, contribuindo com a conservação e expansão das áreas verdes.
A Prefeitura de Peruíbe tem adotado uma série de medidas preventivas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. Entre elas, destacam-se a limpeza constante de córregos e canais, o desassoreamento de trechos do Rio Preto e a manutenção de bocas de lobo e bueiros.
Além disso, há um incentivo contínuo à ampliação da cobertura vegetal, principalmente por meio de ações de educação ambiental que promovem o plantio e a conservação de áreas verdes — fundamentais para a regulação térmica urbana.
Peruíbe tem avançado na ampliação da rede coletora de esgoto em bairros como São José II e Vila Erminda, além de realizar a substituição de redes e ramais de água para reduzir perdas no sistema de abastecimento.
O município também desenvolve o programa Esgoto Certo, que realiza testes com corante e fumaça para identificar e corrigir ligações irregulares de esgoto em vias públicas e redes pluviais.
No que diz respeito à gestão de resíduos, a Prefeitura está expandindo a coleta seletiva para atender novos bairros e garantir maior eficiência na destinação de materiais recicláveis.
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