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Foto: Divulgação/PMS

Trânsito

10 DE OUTUBRO DE 2025

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Campanha visa mobilizar a sociedade para reduzir atropelamentos em Santos

Em 2023, foram registrados 149 atropelamentos na cidade e em 2024, o número chegou a 144

Por: Da Redação

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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) lançou o movimento Faixa Viva – Segurança no Trânsito é Compromisso de Todos. A campanha vai estimular uma mudança cultural no trânsito, a partir do incentivo ao respeito à travessia de pedestres.

A proposta é chamar a sociedade para ser protagonista. Universidades, escolas, clubes de serviço, conselhos, fundações, associações e empresas estão sendo envolvidos ao movimento, que busca transformar o ato de parar na faixa em um gesto natural de cidadania e cuidado com a vida.

A mobilização começa neste final de semana, com as primeiras ações de rua. No sábado (11), das 11h às 13h, haverá pedágios educativos na Praça da Independência, nos cruzamentos com as avenidas Floriano Peixoto e Ana Costa. No domingo (12), no mesmo horário, a campanha estará junto ao projeto Vem pra Orla, na praia com a Avenida Ana Costa.

Durante as atividades, serão distribuídos folhetos informativos e adesivos do “Faixa Viva”, que poderão ser afixados no vidro traseiro, à esquerda, dos veículos de motoristas que desejarem apoiar o movimento.

 

Adesão de quase 80%

Contudo, uma dúvida tanto de condutores quanto de pedestres é porque a faixa viva funciona em alguns pontos da Cidade e em outros não.  Segundo o presidente da CET-Santos, Antonio Carlos Gonçalves, há pontos onde a adesão é de quase 80%.

“Na faixa da Rua da Paz com a praia, Parque Balneário com Ana Costa, Pátio Iporanga com Ana Costa, Rua Cunha Moreira com Ana Costa, Avenida Floriano Peixoto com Shopping Miramar, a adesão é de quase 80%. Já em outros pontos, a adesão é muito baixa”. Ele participou do programa Jornal Enfoque de quarta-feira (8).

Ele reforça que o desafio é que a população precisa entender que é protagonista dessa campanha, pois uma cidade tranquila de travessia é melhor para todo mundo. “É uma campanha para fazer uma autorreflexão. Quando estou dirigindo, eu paro? Se não, eu não estou na campanha. E quando estou atravessando, eu quero que parem? Mas eu atravesso na faixa ou fora dela?”.

 

Orientações

Além disso, ele dá dicas para motoristas que evitam parar na Faixa Viva por medo que o carro que vem atrás possa bater no seu. “O que eu sugiro para o motorista é manter o braço para fora ou manter uma distância do carro da frente. Estou na frente e vou parar. É melhor colocar braço para fora ou ir freando aos poucos, até porque a velocidade dessas avenidas tem limite de 50 km/h. Se você estiver no limite da tua velocidade e não tiver próximo do carro, dá tempo de frear.”

“Assim como o pedestre tem que ter bom senso, se você vai atravessar a rua e só vem um carro na sua frente, deixa ele passar e depois atravesse, trata-se de uma cordialidade de procedimentos tanto do pedestre quanto do motorista”, acrescenta.

 

Dados

No lançamento da campanha, na Sala Princesa Isabel,  um vídeo produzido pela Gerência de Comunicação e Educação da CET fez um balanço da Campanha Faixa Viva, desenvolvida desde 2011 e os resultados de iniciativas similares realizadas em outras cidades.

Em 2023, foram registrados 149 atropelamentos na cidade e em 2024, o número chegou a 144. Apesar de campanhas anteriores, o respeito à travessia de pedestres ainda não se consolidou como prática cotidiana.

Experiências de cidades como Brasília, Florianópolis e João Pessoa comprovam que é possível mudar este cenário quando há engajamento coletivo e permanente da sociedade.

Desse modo, o presidente comenta que o número ideal de atropelamentos é 0. “Eu fico assustado quando o pessoal comenta que eram 12 óbitos por mês e atingimos 5 está bom, mas se eu estiver dentro desse 5 não está bom. Nós temos que atingir o ideal, conseguiremos atingir? Não sei, isso depende do nosso comportamento no trânsito.”

 

Infosiga

Assim como, segundo dados do Detran – Infosiga, de 2021 até agosto deste ano, foram 184 óbitos no trânsito em Santos (contabilizando ruas e estradas).

Portanto, até agosto de 2025 foram 25 mortes. Para ter noção, até agosto do ano passado foram 31 e no total de 2024 foram 46 mortes, sendo o maior número dos últimos quatro anos. Em 2023 e 2022 ocorreram 40 óbitos e em 2021 foram 33.

 

Faixa azul

Aliás, o Diário Oficial de sexta (3) trouxe a autorização sobre a implantação de faixas exclusivas para motos entre faixas de rolamento de veículos.

O prefeito Rogério Santos assinou a Lei 4.675, com base em projeto do vereador Adriano Piemonte. As faixas exclusivas deverão ser identificadas por sinalização horizontal de acordo com o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito do Conselho Nacional de Trânsito – Contran.

Caberá à Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos decidir sobre os locais de implantação das faixas. Principalmente, em razão das vias estreitas na Cidade, como ocorrerão a implantação sem atrapalhar os demais veículos, com estreitamento de pista.

Aliás, pela legislação, podem ser implantadas elementos retro-refletivos brancos para garantir maior visibilidade, inclusive no período noturno. Assim, nas vias urbanas, aliás, há possibilidade dela receber separação com segregador ou tachões.

Na Capital, as faixas exclusivas, chamadas de faixas azul, já existem, como na Avenida dos Bandeirantes. Ao todo, são 212 km de extensão.

Desse modo, o presidente da CET-Santos comunica que caberá a CET colocá-la onde for possível, o que é uma opção da população. Afinal, 60% das vias de Santos tem 6 metros para menos de largura.

“Por exemplo, se eu quero colocar faixa de moto e tirar de estacionamento é uma opção. Os canais tem em torno de 7,15, 7,20 m, uma faixa de moto tem 1,20 a 1,50 m, uma faixa de rolamento tem 2,30 a 2,50m, você vai colocar uma de moto e tirar de rolamento? Você vai colocar de moto, duas de rolamento e tirar estacionamento? É uma opção.”

Ele menciona que se fosse implantar faixa azul na avenida da praia precisaria tirar o estacionamento. “Contudo, a partir do momento que você coloca uma faixa de moto e tira o estacionamento, você não retorna o estacionamento em determinado período como é feito hoje em Santos. É para sempre, pois a moto terá que entrar para sempre”, explica.

“Uma avenida que começamos a estudar é a Afonso Pena. É larga, mas você perde uma faixa de rolamento e com isso para que não se faça uma coisa por fazer, estamos fazendo a contagem, quantas motos passam nesta avenida e quantos dias da semana, por isso precisamos ter a contagem. Quantos veículos passam? A quantidade de motos justifica?”, complementa. “Na avenida da praia, a quantidade é enorme, mas a cidade tá preparada para perder estacionamento?”, diz.

 

VLT de Santos

Além disso, segundo o presidente da CET-Santos, a partir de segunda-feira (13), a previsão é de início do processo de sincronização dos sistemas e semáforos ao longo das vias que cruzam o trajeto da segunda fase do VLT. Esta etapa deve prosseguir até março de 2026.

O Boqnews entrou em contato com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), porém não obtivemos retorno.

 

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