Rua Álvaro Alvim, a rival da Rua Roberto Sandall | Boqnews

Vias de Santos

29 DE DEZEMBRO DE 2025

Siga-nos no Google Notícias!

Rua Álvaro Alvim, a rival da Rua Roberto Sandall

Via também foi referência nas decorações de natal até meados da última década.

Por: Ronaldo Tarallo Jr.
Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Com a chegada de dezembro, logo já se escuta os sinos de natal.

As ruas ficam mais iluminadas e incontáveis números de Papais Noéis aparecem pela cidade.

Assim, é bem verdade que nos últimos anos isso tem acontecido cada vez mais cedo, já no início de novembro ou até mesmo em outubro.

No entanto, houve uma época em que esses meses eram destinados ao preparo para a “estreia” que ocorreria no último mês do ano: as decorações natalinas das mansões da Álvaro Alvim.

MANSÕES X EDIFÍCIOS

Dessa maneira. de meados da década de 90 até início dos anos 2010, tendo seu auge no seu período final, acontecia nas ruas santistas uma ferrenha competição da via mais iluminada da cidade, entre as mansões Álvaro Alvim versus os edifícios da Roberto Sandall.

Assim, a cada ano, novos enfeites, bonecos e até máquinas de fazer neve eram adicionados nesta briga da mais natalina.

Por essa razão a Prefeitura viu um potencial nesse tipo de disputa e durante muitos anos promoveu o concurso da rua mais iluminada ou casa mais enfeitada, com direito até a premiação.

Entretanto, após um hiato, a competição retornou em outro formato com o nome de “Concurso Ilumina Santos”.

No entanto, teve sua última edição em 2023 e novamente encontra-se em novo hiato.

Após a crescente explosão imobiliária da região, a Rua Álvaro Alvim ficou com as poucas casas restantes sendo iluminadas. Atualmente os novos prédios estão tentando retomar a tradição, mas ainda bem aquém de seu passado glorioso.

QUEM FOI ÁLVARO ALVIM

Álvaro Freire Villalba Alvim nasceu em 1863, no município de Vassouras, então província do Rio de Janeiro. Era filho de Carlos Freire Villalba y Alvim e Mariana Amélia de Carvalho. Formou-se em Medicina pela Faculdade da Bahia, em 1887.

Em 1896, seguiu para a França, onde se especializou em Física Médica e trabalhou junto à equipe de Marie Curie, pioneira nos estudos dos raios X e da radioatividade. Esse contato com os avanços científicos europeus foi decisivo para sua atuação no Brasil.

PIONEIRISMO

De volta ao país, instalou no Rio de Janeiro um consultório equipado com modernos aparelhos trazidos da Europa, tornando-se pioneiro da eletroterapia, da radiologia e da radioterapia no Brasil. Foi um dos primeiros médicos brasileiros a utilizar a radioterapia no tratamento de tumores malignos, numa época em que o câncer ainda era pouco compreendido e cercado de preconceitos.

Em 1897, Álvaro Alvim foi o primeiro médico no mundo a radiografar um caso de gêmeas xifópagas – gêmeas bivitelinas que nascem grudadas por alguma parte do corpo -, que posteriormente foram separadas com sucesso pelo cirurgião Eduardo Chapot Prévost.

Também inventou o papel chumbado, precursor dos métodos de proteção radiológica e dos meios de prevenção contra o câncer.

Além da atuação clínica, dedicou-se intensamente à divulgação científica, participando de congressos internacionais e fundando importantes instituições, como a Assistência às Crianças Pobres, o Instituto de Eletricidade, o Instituto de Eletrologia e o Instituto de Radiologia. Foi membro titular da Academia Nacional de Medicina.

FAMÍLIA

Casou-se com Laura Paglia Agostini Alvim, filha do artista Angelo Agostini, e teve três filhos: Mariana, Álvaro e Laura.

Em terrenos adquiridos pela família, construiu sua residência, onde hoje funciona a Casa de Cultura Laura Alvim, homenagem à filha mais nova, ligada às artes.

SEQUELAS E MORTE

O uso contínuo dos raios X e do rádio, ainda sem proteção adequada, prática comum na época, comprometeu gravemente sua saúde.

Alvim passou a sofrer lesões severas, perdendo progressivamente os dedos das mãos, até a amputação completa de uma delas.

Pouco antes de morrer, recebe condecoração do presidente Artur Bernardes com a Medalha Humanitária, em reconhecimento ao seu sacrifício em prol da ciência e da humanidade.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de maio de 1928, aos 65 anos, sendo consagrado pela história como o “Mártir da Ciência Brasileira”.

A RUA

Localizada no Embaré, com 736m, foi oficializada pelo prefeito José de Souza Dantas por meio da lei 806 de 12 de janeiro de 1927.

Assim, após aprovação pela Câmara em 1924, em que foi aceito a doação dos terrenos de Heládio Martins para construção da então Rua 234.

A rua é a única da Baixada Santista em homenagem ao médico.

 

 

 

Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.