“Era um verdadeiro festival da maconha. Era um festival do crime, de apologia à droga”.
Assim o vereador Fábio Duarte (PL) disparou contra a realização do 2º Crema ocorrido no final de semana no Parque Valongo.
“Temos que melhorar o filtro para locar o local”, disparou.
Duarte reclamou do uso da maconha no espaço público, sem presença da Guarda Municipal.
Por sua vez, a vereadora Débora Camilo (PSOL) destacou a presença da Polícia Militar no local.
Não houve qualquer incidente.
Na mesma linha, o vereador Rafael Pasquarelli (União) também usou a tribuna desta terça (23) para manifestar seu repúdio à realização do 2º Crema Cultural, evento ocorrido no último final de semana no Parque Valongo.
“É inaceitável que seja cedido um espaço público, que de forma disfarçada, incentiva o consumo de drogas”, disparou Pasquarelli na tribuna.
“Não trouxe nada de bom para a Cidade”, acrescentou.
Na pauta, o uso dos canabinóides para fins diversos voltados à melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Aliás, o evento estruturado em cinco eixos principais: medicinal, comercial, justiça social, cultural e cultivo.
Assim, o primeiro festival canábico do Litoral Paulista surgiu de uma ideia de produtores independentes de Santos.
Dessa forma, o objetivo do evento foi de dar visibilidade à cultura da cannabis em sua pluralidade e uso.

Evento reuniu centenas de pessoas durante dois dias no Parque Valongo, onde a cannabis foi o tema central para discussões. Foto: Carla Nascimento
Outro lado
Por sua vez, os vereadores Marcos Caseiro (médico), do PT, e Débora Camilo (advogada), do PSOL, destacaram a importância do evento para a discussão do uso do canabidiol para diversos fins, especialmente terapêuticas e nos avanços no combate às mais variadas doenças.
“Vamos largar estes preconceitos. Já existe um projeto aprovado pela Casa, do Luis Felipe Albino (PSB) e sancionado pelo prefeito. Vamos agora tentar conversar com ele para implementar isso (a oferta de medicamentos à base de cannabis na rede pública municipal)”, destacou.
Aliás, proposta do deputado Caio França (PSB), sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas, já prevê esta destinação, mas para o tratamento de três doenças.
Ou seja, casos da Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa, doenças neurológicas com epilepsia refratária a outros tratamentos.
Na Capital, a prefeitura planeja ampliar o atendimento para mais de 30 doenças.
Dessa forma, a lista inclui transtornos psiquiátricos, dores crônicas, doenças neurodegenerativas, epilepsias, autismo e algumas condições reumatológicas.
Assim, a vereadora Débora Camilo (PSOL) também enfatizou que o evento trouxe exemplos de pessoas que estão se beneficiando do uso da cannabis para melhorar a qualidade de vida.
“Houve uma sensível queda na quantidade de mães cujos filhos tinham ataques epilépticos”, enfatizou a vereadora, participante de um dos paineis do Crema.
“E não houve qualquer problema”, relatou.
Líder do governo na Câmara, o vereador Cacá Teixeira (PSDB) também destacou o papel do congresso.
“Nós temos que ver o lado positivo destas realizações. Eu recebi algumas comunicações, mas temos que ver pelo lado bom”, destacou.
Também Claudia Alonso (Podemos) destacou a necessidade de se quebrar preconceitos.
“Quando a gente fala de saúde, precisamos se desprender de qualquer tipo de discriminação”, ressaltou.

Expositores apresentaram produtos, desenhos e objetos voltados aos benefícios do uso da cannabis, mostrando o mercado crescente. Foto: Carla Nascimento
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