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Foto: Divulgação/APS

Elevação das alíquotas pelos EUA

28 DE JULHO DE 2025

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Com confirmação do tarifaço para sexta (1),prefeituras da região calculam perdas

O secretário de Finanças e Administração de Santos, Adriano Leocádio, estima que a perda no ISS chegará a R$ 70 milhões nos próximos 12 meses

Por: Da Redação

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A divulgação neste domingo (27) pelo secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick de que as tarifas de produtos brasileiros serão taxadas a partir de sexta (1), coloca as autoridades e empresários brasileiros sob tensão.

Além dos prefeitos e secretários de Finanças da Baixada Santista.

Dessa maneira, Lutnick descartou hoje o adiamento durante entrevista ao programa Fox News Sunday.

Afinal, sem adiamento de data,  prefeituras da região que têm atividades portuárias e recebem recursos do ISS graças a isso irão perder receitas do imposto ao longo dos próximos meses em decorrência da queda da movimentação.

Assim, a partir de sexta (1), todo o produto brasileiro que chegará ao solo americano terá cobrança extra de tarifa de 50%.

Ou seja, inviabilizará ou dificultará as exportações para os EUA.

Atualmente, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

Portanto, somente pelo Porto de Santos, 22,2% de todos as transações comerciais ocorrem com o país norte-americano.

Diante do cenário, prefeituras da região fazem contas com as perdas na arrecadação, especialmente aquelas que operam com atividades portuárias.

No caso de Santos, o secretário de Finanças e Administração, Adriano Leocádio, estima que a perda chegará a R$ 70 milhões na arrecadação do ISS – Imposto Sobre Serviço ao longo dos próximos 12 meses.

O montante equivale a cerca de 5% do total arrecadado neste imposto, o principal para os cofres municipais.

“Este é o pior cenário”, reconhece Leocádio.

Ele abordou o tema durante o programa Ponto de Vista, com Edgar Boturão, na Santa Cecília TV.

Dessa maneira, o secretário garantiu que áreas com Saúde, Educação, Assistência Social não serão afetadas.

“Os compromissos serão cumpridos”, destacou.

No entanto, reconhece que novas licitações não ligadas às áreas sociais serão interrompidas.

Desemprego

Assim, o montante previsto, porém, não leva em consideração eventual desemprego decorrente de empresas que atuam diretamente com o mercado norte-americano.

Aliás, caso dos terminais de exportação de empresas como Cutrale (Santos e Guarujá) e Citrosuco (Santos).

Ambas não se pronunciam sobre o tema.

Em nota, a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos informou que a tarifa coloca em risco o setor de suco de laranja brasileiro.

“Na safra 2024/25, encerrada em 30 de junho, os Estados Unidos representaram 41,7% das exportações brasileiras do produto”.

“Dessa maneira, somaram US$ 1,31 bilhão em faturamento, conforme dados da Secex consolidados pela CitrusBR”.

“Dessa forma, a nova tarifa representa um aumento de 533% sobre os US$ 415 (R$ 2.300,00) por tonelada já  cobrados sobre o suco brasileiro”.

“Considerando a cotação da Bolsa de Nova Iorque de 9 de julho (US$ 3.600, ou seja R$ 20 mil por tonelada de suco concentrado), cerca de US$ 2.600 (R$ 14.400) — ou 72% do valor total do produto — passariam como recolhimento em tributos”.

“Ou seja, tal ato inviabilizaria as exportações para aquele mercado sem que haja graves prejuízos para toda a cadeia”.

“Trata-se de uma condição insustentável para o setor, que não possui margem para absorver esse tipo de impacto”, explica a nota.

Santos

Assim, três cidades da Baixada Santista têm atividades portuárias na região: Santos, Guarujá e Cubatão.

Em nota, a prefeitura de Santos informou o seguinte conteúdo

“A arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) em Santos pode ser diretamente impactada pela diminuição do volume de operações portuárias e logísticas decorrente da nova tarifa”.

“Se a movimentação de cargas cair, serviços como os prestados por despachantes aduaneiros, armazéns, transportadoras, operadores portuários e outros elos da cadeia logística terão sua atividade reduzida, levando a uma queda na base de cálculo do imposto e, consequentemente, na arrecadação municipal”.

“É importante notar que Santos tem demonstrado boa arrecadação de ISS, ultrapassando R$ 1,390 bilhão no período entre junho de 2024 e maio de 2025, sendo cerca de 65% relativos às operações”.

“No entanto, uma tarifa tão elevada sobre as exportações para os EUA (que representam 22,2% do fluxo de exportações via Porto de Santos) pode reverter essa tendência positiva”

“Especialmente no volume de fretes com destino a Santos.”

Além disso, a Prefeitura de Santos também informou em nota se pretende buscar articulações junto ao governo federal ou outras instâncias para minimizar os efeitos dessa medida.

“A defesa dos interesses da Cidade e do Porto de Santos precisa ser tratada como prioridade nacional. É essencial preservar a competitividade da nossa cadeia logística e proteger os empregos e a economia local”.

 Cubatão

Também em nota, a Prefeitura de Cubatão informa que “acompanha com atenção essa movimentação, considerando que o mercado americano representa uma parcela significativa das exportações de produtos fabricados em Cubatão”.

“Até o momento em 2025, foram mais de US$ 34 milhões (R$ 187 milhões) exportados para os Estados Unidos”

“O que reforça a necessidade de vigilância diante dos desdobramentos dessa guerra comercial”.

“Diante do anúncio do aumento das tarifas, reconhecemos a relevância do tema e sua possível repercussão na economia local”.

“No entanto, neste momento, decidimos aguardar os desdobramentos práticos da medida”

“Uma vez que ainda não há informações consolidadas sobre os impactos diretos nas operações das empresas instaladas no município”.

“A Prefeitura, por meio das Secretaria de Indústria, Porto, Emprego e Empreendedorismo, permanece atenta e preparada para, se necessário, realizar estudos mais aprofundados sobre eventuais efeitos na arrecadação municipal”

“Além do nível de emprego, sempre com o objetivo de proteger o desenvolvimento econômico local e a geração de oportunidades”, finalizou.

 Guarujá

Além disso, a Prefeitura de Guarujá informa em nota “que ainda não é possível estimar com precisão o nível e a dimensão do impacto”.

“Porém, é certo que os efeitos seriam bastante significativos, considerando o peso que esse imposto representa na composição da receita dos municípios”.

 

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