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O município de Santos, no litoral paulista, está prestes a receber dois grandes empreendimentos que prometem transformar a cidade e impactar diretamente a vida de moradores e visitantes. Anunciados na última segunda-feira (14), os projetos envolvem a construção de um novo terminal portuário na Ponta da Praia e a tão aguardada nova arena do Santos Futebol Clube.
Ainda em fase de negociações, ambas iniciativas representam investimentos significativos que prometem gerar empregos, movimentar a economia e melhorar a qualidade de vida da população.
Nova arena
A primeira audiência pública sobre a construção da arena ocorreu no salão de mármore da Vila Belmiro e abriu a participação para a população local. Durante o evento, representantes do clube e da WTorre, responsável pela obra, esclareceram dúvidas da comunidade e apresentaram detalhes do projeto.
O presidente Marcelo Teixeira garantiu que as obras só vão começar quando todo o valor necessário estiver disponível. “O Santos não quebrará um tijolo da Vila Belmiro apenas com o seguro, que é obrigatório. Só faremos quando atingirmos o valor total da obra”, afirmou.
Segundo ele, o orçamento atual gira em torno de R$ 600 milhões, embora o clube, em nota oficial, tenha divulgado o valor de R$ 700 milhões.
A nova arena deve ter capacidade para 30 mil pessoas. O projeto prevê modernização da estrutura e melhorias no entorno. Durante a audiência, foram abordados temas como impacto para a vizinhança, questões arquitetônicas e benefícios à cidade.
Luiz Otávio, diretor de novos negócios da WTorre, destacou a importância do evento para aproximar o clube da comunidade. “Ainda temos etapas importantes, como a assinatura do contrato final, mas há uma grande confiança de que a nova arena sairá do papel”, disse.
Contrato com a WTorre
O Santos informou que o contrato com a WTorre está em fase final e deve ser assinado em até 60 dias. Em seguida, o clube pretende iniciar a venda de cadeiras e camarotes. Em um cenário otimista, as obras podem começar ainda este ano.
A parceria entre Santos e WTorre terá duração de 30 anos, com gestão compartilhada da arena e divisão de receitas de jogos e eventos. O prazo previsto para a conclusão da obra é de 36 a 42 meses a partir do início das intervenções. Marcelo Teixeira reforçou o otimismo com o projeto. “A nova Vila Belmiro é o melhor para o futuro do clube”, declarou.
Santos + Vivo
Já na área portuária, autoridades, empresários e representantes do setor apresentaram os detalhes do projeto Santos + Vivo, que prevê a construção de um novo terminal de passageiros de cruzeiros marítimos na Ponta da Praia, em Santos.
Investidores privados financiaram integralmente a iniciativa, sem utilizar verbas públicas, e a Antaq já autorizou o projeto.
O empreendimento será instalado em uma área estratégica da cidade e trará benefícios diretos para o turismo, o meio ambiente e a logística portuária. A estrutura prevista inclui hotel, shopping, marina, terminal de passageiros, garagem náutica, galpão de exposições e anfiteatro. Inspirado em modelos internacionais como os de Barcelona, Sydney e Miami, o projeto tem como objetivo posicionar Santos como destino de referência no turismo marítimo.
Durante a apresentação, Bayard Freitas Umbuzeiro Neto, presidente da Transbrasa — empresa responsável pela idealização do projeto —, ressaltou a abrangência da proposta:
“Nós temos uma marina, um anfiteatro, um galpão de exposições de embarcações e equipamentos. Temos uma garagem náutica para acomodar as canoas, que hoje são um problema para o município. O próprio Ministério Público está pressionando o município para que as canoas desocupem o passeio público da Ponta da Praia. Isso aqui é uma solução para diversos problemas para a cidade e o Porto de Santos”, ressaltou.
Além disso, comentou que já possuem um Termo de Referência (TR). ”Propomos ao órgão ambiental uma série de estudos a serem realizados para que a gente possa tirar a Licença Prévia de Instalação de Empreendimento. Ou seja, existe um rito a ser seguido e iremos seguir. Como já falamos, a balneabilidade das praias e o desassoreamento são uma realidae.Hoje em dia não existe mais faixa de areia na Ponta da Praia. O projeto contribui para que possamos retomar essa faixa de areia. Esses aspectos contribuem positivamente para a questão ambiental.”
Proposta
A proposta também trará impactos positivos na infraestrutura portuária. Entre os benefícios destacados pelo empresário estão a proteção do talude do canal de acesso marítimo na entrada do estuário, possibilidade de aprofundamento para 17 metros, redução de custos com dragagem, criação de caixa de contenção para material dragado e eliminação de conflitos com berços públicos.
Além disso, a infraestrutura ajudará a resolver a ocupação irregular de canoas na orla da Ponta da Praia, atendendo a cobranças do Ministério Público, com a construção de uma garagem náutica organizada e funcional.
O pesquisador Renan Ribeiro, doutor em Ciência Ambiental e professor da Unisanta, apresentou os estudos técnicos e demonstrou a viabilidade do projeto com base em critérios de segurança marítima. O plano agora aguarda avaliação da Marinha do Brasil.
Para a Transbrasa, o Santos + Vivo é um projeto que une inovação, responsabilidade ambiental, turismo de qualidade e desenvolvimento econômico. Aliás, com localização privilegiada e proximidade com o futuro aeroporto metropolitano de Guarujá, a iniciativa promete gerar empregos, movimentar o turismo durante todo o ano e inserir Santos de forma definitiva no cenário internacional de cruzeiros.
Segundo Bayard Umbuzeiro Filho, a confiança no trabalho motivou a enfrentar tantos obstáculos, e ele vê este projeto como mais um desafio a cumprir.
“Você tem que acreditar no que faz, gostar do que faz, ter coragem e discernimento para saber até onde pode ir com segurança. O lucro é consequência dessa motivação, de empreender e deixar um legado”, pontuou.
O projeto contempla uma infraestrutura moderna e multifuncional, com terminal de passageiros, hotel, shopping, marina, anfiteatro para eventos, galpão de exposições náuticas, garagem náutica para canoas e pequenas embarcações. O projeto segue para licenças ambientais.
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