O Santos vive dias decisivos dentro e fora de campo. O clube oficializou Cléber Xavier como novo técnico, enquanto tenta convencer Neymar a renovar o contrato até a Copa do Mundo de 2026. Ao mesmo tempo, lida com um impasse jurídico envolvendo a saída do português Pedro Caixinha.
Cléber Xavier chega com uma missão clara: reorganizar o futebol do Peixe e fortalecer o projeto que pretende manter Neymar na Vila Belmiro. Ex-auxiliar de Tite na Seleção Brasileira, ele tem relação próxima com o craque, construída durante os anos de convívio na seleção principal. A diretoria acredita que essa afinidade, aliada ao conhecimento técnico e físico sobre o jogador, pode ser determinante na renovação.
A presença de profissionais que já trabalharam com Neymar reforça o plano da diretoria santista. Internamente, o clube entende que precisa oferecer estabilidade e um ambiente atrativo para convencer o camisa 10, que ainda se recupera de uma lesão muscular na coxa esquerda.
Antes de fechar com Cléber, o presidente Marcelo Teixeira consultou o pai de Neymar. O empresário aprovou a escolha e destacou a importância de cercar o atleta de pessoas de confiança. Essa sinalização fortaleceu a esperança da diretoria de estender, mesmo que temporariamente, o vínculo com o camisa 10.
Ainda em janeiro, Neymar pai havia sugerido outro nome: Emiliano Díaz, filho e auxiliar de Ramón Díaz. A sugestão chegou por meio do empresário André Cury e de um amigo do jogador. Mesmo assim, o Santos optou por Cléber, considerado mais viável técnica e financeiramente.
Conflito com Pedro Caixinha gera tensão nos bastidores
A saída de Pedro Caixinha, no entanto, gerou desgaste. O técnico português não assinou a rescisão e ameaça acionar a Justiça. O clube deve cerca de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16 milhões) referentes à multa contratual. A diretoria propôs parcelar o valor em até três anos, mas recebeu resposta negativa do estafe do treinador.
Mesmo sem acordo, o clube registrou a demissão de Caixinha no BID da CBF na última terça-feira (29). O treinador soube da decisão pela imprensa. Segundo sua comissão técnica, o contrato previa o pagamento integral da multa até o dia 2 de maio. Se não houver quitação, os representantes prometem acionar a Justiça para cobrar a dívida.
O Santos afirma que o registro no BID segue as normas da CBF e que há respaldo jurídico para seguir com a transição. Apesar disso, o clima nos bastidores segue tenso. O departamento jurídico trabalha para evitar um processo internacional.
Peixe volta ao Pacaembu com expectativa de casa cheia
Enquanto trata das pendências no comando técnico, o Santos confirmou a estreia como mandante no Brasileirão. O duelo contra o Ceará será no dia 12 de maio, uma segunda-feira, às 20h, no estádio do Pacaembu.
A escolha pela capital paulista levou em conta aspectos logísticos e estratégicos. O clube chegou a negociar para jogar no Allianz Parque, mas recuou após a equipe de Neymar demonstrar preocupação com o gramado sintético. A Neo Química Arena também foi cogitada, mas o Corinthians não aceitou ceder o espaço. Com a reforma do Pacaembu concluída, o estádio surgiu como alternativa ideal.
A expectativa é de bom público em São Paulo. Como Palmeiras, São Paulo e Corinthians jogam no fim de semana, a segunda-feira ficou livre para o Santos atuar sem conflitos de data com os rivais da capital.
Novo ciclo com velhos desafios
Cléber Xavier inicia sua trajetória com um desafio duplo: ajustar o futebol do time em campo e criar as condições para manter Neymar no projeto. Com perfil estudioso e experiência internacional, ele sabe que precisa mostrar resultados desde o início.
O Santos tenta virar a página de uma temporada conturbada, marcada por trocas de técnico e dificuldades financeiras. A chegada de Cléber, o esforço para manter Neymar e o retorno do time a São Paulo fazem parte de uma estratégia maior de reposicionamento.
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