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Opiniões

04 DE ABRIL DE 2025

Imitemos a Nova Zelândia

José Renato Nalini

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Impressionante verificar que o mundo consegue resolver problemas que nós não conseguimos.

Em 1980, a Nova Zelândia estava à beira do caos.

Dois choques no preço do petróleo trouxeram inflação.

Maus governos erraram, como é natural.

Havia distribuição de subsídios, aumento salarial inflacionário, controle de preços e juros muito baixos, convivendo com impostos muito elevados.

A Nova Zelândia até chegou a ser chamada de “A Albânia do Pacífico Sul”.

Só que veio um governo sério e competente.

O Ministro das Finanças, Roger Douglas, removeu o controle cambial, cortou subsídios, privatizou serviços e entregou a definição da taxa de juros ao Banco Central.

Adotou-se uma estratégia contábil copiada da iniciativa privada.

Tudo começou a ser baseado em competência, banidas as práticas dispendiosas do Governo.

Todos tiveram de pensar a longo prazo e maximizar o uso eficiente dos ativos.

O governo constituiu um Fundo para pagar pensões futuras. Deu certo.

Ele é visto com inveja pelos outros países.

O orçamento inclui uma cobrança anual para contemplar a depreciação.

Com isso, o governo gerencia mais eficientemente o seu patrimônio.

A dívida foi administrada com austeridade e, depois de duas décadas de déficit, o balanço patrimonial equilibrou-se.

O patrimônio líquido neo-zelandês cresceu todos os anos, até a pandemia.

Esse modelo pode servir para os governos que não sabem o que fazer com a excessiva dívida pública.

Até para o “poderoso” conglomerado chamado Estados Unidos.

Sua dívida pública está próxima a 100% do PIB e projeta-se chegue a 122% até 2034.

Imagine-se, então, a situação dos países emergentes.

O FMI calcula a dívida pública global superior a cem trilhões de dólares, ou seja: 93% do PIB global.

A lição da Nova Zelândia vale para todos: países e entidades subnacionais. Inclusive para os Municípios.

Uma regra singela é não gastar mais do que se arrecada. Normalmente, a tomada de decisões se dá no escuro.

Outra recomendação: o que o governo não sabe fazer, tem de delegar à iniciativa privada.

Ela não admite prejuízo.

Por que continuar a se encarregar de fazer aquilo que sempre custa mais caro, não é melhor e ainda sugere práticas pouco republicanas ou, mais claramente, ilícitas?

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

 

 

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